quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Comentário - 05/10

Bom dia meu irmão e minha irmã!
O que chama a atenção é que Jesus não forçava os seus para que rezassem com ele. A princípio a oração era algo pessoal de Jesus e não da comunidade apostólica. Eles viam Jesus rezando e entenderam que aquilo era um recurso muito bom para a vida quotidiana. Possivelmente, compreenderam que a oração o tornava mais sereno, mais capaz, mais afinado com o projeto de Deus. Enfim, a sua atitude emanava da força da oração. Por conta disso, eles se interessaram para aprender a rezar e pediram para que os ensinasse a fazer o mesmo.
Queridos irmãos! Penso que aqui podemos avaliar um pouco se temos o hábito da oração pessoal. Não podemos, a princípio, exigir dos filhos ou dos outros, aquilo que não somos testemunhas vivas. Temos necessidade de estreitar laços com o nosso Pai. É desejável que nos mantenhamos em diálogo constante com o nosso Criador para não perdermos o rumo da nossa vida. Fomos criados para uma missão que está no coração do Pai. Por isso, é fundamental manter-nos em atitude de oração a fim de que na nossa missão resplandeça o projeto de Deus e não apenas o nosso projeto humano.
Jesus, em resposta ao pedido dos discípulos, ensina-lhe a oração do Pai Nosso. Dentro da oração quero destacar o pedido de pão. Hoje por conta da fome no mundo, sobretudo na Somália, se fala muito em comida. Na oração, Jesus ensina a pedir o pão de que necessitamos. Diante disso, podemos perguntar quanto pão necessitamos? Será que há um limite, que o bom senso, nos coloca ou estamos ao sabor do mercado consumista, que parece não ter limite. Vejamos o exemplo de duas famílias: uma africana e uma alemã. A africana consome semanalmente 3 dólares, enquanto a família alemã consome acima de 500 dólares.  Será que a família alemã necessita tanto pão ou está consumindo o pão que deveria estar na mesa de outras famílias carentes?
Por isso, insisto em perguntar novamente: quanto pão necessitamos para viver dignamente na nossa realidade? Será que estamos pedindo o pão de que necessitamos ou pedimos o pão que vai faltar na mesa dos irmãos? Precisamos rever se estamos rezando a oração que Jesus nos ensinou ou se estamos rezando a oração que o egoísmo nos ensina?
Além disso precisamos abrir um pouco mais o nosso entendimento. Quantos tipos de pães necessitamos comer para viver com a dignidade pensada pelo nosso Criador? Nós estamos focados no pão material e esquecemos dos outros pães necessários para crescer com saúde física, social e espiritual? Precisamos cotidianamente do pão do saber, do pão da Palavra, do pão da Eucaristia, do pão do perdão, do pão da escuta, do pão do carinho, etc. Não podemos nos limitar ao estômago e esquecer que somos filhos e filhas de Deus necessitados de toda a Palavra que sai da sua boca. Por isso, importa que peçamos todos os pães de que necessitamos para viver com a dignidade de filhos e filhas e não apenas o pão de trigo. 
Peçamos a graça de viver em comunhão com o Pai a fim de trabalhar animados pela sua força e assim saber pedir os pães de que necessitamos para viver na fraternidade, na alegria e na paz.
Um abraço fraterno a você que procura ser uma pessoa antenada com o Criador.
Pe. Arlindo Toneta – Pároco – Paróquia N. Sra. do Rosário de Pompéia - SP

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